Crítica: Predadores Assassinos (Crawl)

Quando um enorme furacão atinge sua cidade natal na Flórida, Haley (Kaya Scodelario) ignora as ordens das autoridades para deixar a cidade e vai em busca de seu pai desaparecido (Barry Pepper). Ao encontrá-lo gravemente ferido, os dois ficam presos na inundação no porão da casa do último. Enquanto o tempo passa, Haley e seu pai descobrem que o seu drama está apenas no início.

Predadores Assassinos é um título ridículo e que faz muito jus à qualidade desse longa, mas funciona como um chamariz de um público bastante específico, do qual, devo dizer, não faço parte. Tem gente que engole qualquer coisa, como tramas e roteiros simplórios, mesmíssima história repetida pela enésima vez, inverossimilhança até o talo, somente em troca de uma dose de sustinhos escorada em sonoplastia irritantemente alta e sensacionalista e aliados a CGI de última geração. Faz parte. Mas para mim está longe de ser bom cinema, e temos excelentes exemplares do gênero thriller/terror por aí que provam que dá para contar excelentes histórias sem apelar para a mesmice. Esse aqui não é, definitivamente, um exemplo destes.

Paolla Oliveira? É você?

Bem, está tudo ali: uma profusão de decisões estúpidas dos personagens para criar tensão, a cena clássica de um quase resgate dos incautos metidos em confusão mas que obviamente dará errado, a insossa DR entre entes queridos que permeia todo o filme, além de um raso drama de superação e redenção de uma filha que luta contra gigantes jacarés para ser aceita e admirada pelo pai.

E também há a construção da personagem Haley. É ela que dá sentido ao título original em inglês “Crawl”. Por quê? Porque ela é campeã de natação, oras. E nada muito bem na modalidade “crawl”. Entenderam? Hein? Pois bem, essa é a forma encontrada pelos roteiristas para justificar as cenas ridículas em que a mulher nada mais rápido do que jacarés assassinos para sobreviver, sempre sob os gritos de um “você pode”, “você é mais rápida do que eles”, “deve acreditar em você mesma para vencer”, vindos do pai e ex, adivinhem, coach! Aliás, esse é um excelente filme para ser exibido em palestras motivacionais. Fica a dica para os coaches de todo o Brasil!

“See you later, alligator!”

Pra terminar, e para provar que até filmes bem ruins têm seu lado positivo, listo aqui as “5 coisas que aprendi com Predadores Assassinos“:

  1. Se você é uma nadadora amadora estadounidense e tiver força de vontade e determinação, você será capaz de apostar corrida com jacarés gigantes em seu habitat e vencer;
  2. Se você é o Barry Peppper ou a dublê americana da Paola Oliveira (que por acaso é brasileira de nascimento), são grandes as possibilidades de você possuir uns duzentos litros de sangue em suas veias. Somente isso poderia justificar o fato deles serem mordidos por jacarés enormes um par de vezes cada um e continuarem nadando, correndo, gritando, como se nada tivesse acontecido. Ah, é possível também que seus ossos sejam de adamantium…;
  3. Fratura exposta é só uma terça-feira no corpo de quem acredita e tem fé;
  4. Helicópteros de resgate dos EUA voam em meio a tempestades e furacões;
  5. Sinalizadores de fogo marítimos podem funcionar debaixo d’água e matar bestas de duas toneladas.

Fim.

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