Garimpo Netflix #37: Sci-Fi vol. 5
O Garimpo é um quadro do MetaFictions no qual indicamos toda semana 3 bons títulos disponíveis nas maiores plataformas de streaming. Clique aqui para conferir os anteriores.
Olhando o catálogo da Netflix, eu, que adoro um bom sci-fi, percebi que há realmente uma abundância de filmes do gênero. Sejam aqueles com navezinha, etzinho e raio laser, sejam aqueles em que as coisas são bem mais sutis. O que todos têm em comum é usar um pano de fundo de alguma ciência para fazer grandes alegorias com a realidade em que vivemos e, desta forma, apresentar um convite à reflexão e/ou ao entretenimento puro e irrestrito. Hoje vamos trazer três obras de ficção que conseguem aliar os dois, então aproveitem!
Não deixem de conferir também os nosso garimpos anteriores do tema, lembrando que pode ser que a Netflix já tenha tirado esses filmes do catálogo, então vamos tentar maneirar na paucuzice de quem quiser reclamar disso. Divirtam-se!
Garimpo Netflix: Sci-Fi
Garimpo Netflix: Sci-Fi 2
Garimpo Netflix: Sci-Fi 3
Garimpo Netflix: Sci-Fi4
Top 10 – Filmes de Ficção Científica
Garimpo Netflix: Fantasia
– Aniquilação (Anihilation), de 2018, dirigido por Alex Garland
Falo sem medo. Aniquilação é um dos meus filmes favoritos do ano passado e, na minha opinião, um dos melhores filmes disponíveis no catálogo da Netflix. Por causa de algum imbróglio maluco na produção, seu estúdio resolveu lançar o filme comercialmente em pouquíssimas salas dos EUA e Canadá, vendendo os direitos de transmissão mundial à Netflix. Este é, portanto, um original Netflix, talvez seu melhor até aqui.
Dirigido por Alex Garland, do excelente Ex-Machina, Aniquilação tem Natalie Portman interpretando Lena, uma bióloga que acaba de voltar de uma expedição ultra-secreta para dentro de um domo multicolorido que começou a lentamente se expandir a partir de um farol, mudando completamente o ecossistema dentro do domo. Nenhuma das equipes que entrou lá voltou. Lena é a única que conseguiu essa façanha e passamos as quase duas horas de filme assistindo à narrativa dela das ocorrências dessa expedição. Parece até bem simples, mas tá longe PARA UM CARALHO de ser. Um dos filmes mais complexos, cheios de camadas e nuances de que se tem notícia nos últimos tempos, tanto que esteve em nossa lista do Top 10 – Melhores Filmes de 2018.
Dito tudo isso, devo avisar logo. É um filme que demanda demais do espectador, que exige que você tire duas horas do seu dia para se entregar a ele e mais nada. É estranho, é perturbador, é belíssimo e tem uma trilha sonora, em especial em uma cena específica mais pro final do filme, que é a perfeição em forma de som e imagem.
– Anon, de 2018, dirigido por Andrew Niccol
Clive Owen é um dos meus atores preferidos. O que ele faz em “Closer” eu nunca vi antes e nem depois. Apesar de ele estar meio sumido ultimamente, ano passado ele estrelou este thriller/sci-fi original Netflix em que ele interpreta um detetive num futuro em que o anonimato não mais existe, um futuro em que todos vivemos sem privacidade, sendo filmados e, principalmente, filmando o tempo todo. O que vemos se torna uma uma pegada digital e, como qualquer coisa digital, isso pode ser hackeado.
Este é um mundo que não parece fisicamente muito diferente do nosso, tendo apenas uma extrapolação de algo que já fazemos em alguma medida ao abrirmos mão da nossa privacidade em redes sociais e afins. E é com base neste medo que o diretor Andrew Niccol, veterano de outros filmes sci fi com pegada similar, constrói toda a sua narrativa de assassinatos, manipulações e discussão acerca das nossas liberdades.
– Star Trek: Discovery, 2017 -, criada por Alex Kurtzman e Bryan Fuller
Sim, é Star Trek. Você que é fanático de ficção científica já ouviu falra dessa mais nova série da franquia, mas é pra pessoa que não é o fanático que eu estou falando aqui. Star Trek: Discovery é diferente de todas as séries da franquia anteriores. Enquanto que antigamente tínhamos aventuras que não se relacionavam entre si ao longo dos episódios, em Discovery as temporadas seguem um arco definido, com começo, meio e fim, mais ou menos como as séries em geral são hoje em dia. Enquanto que nas séries anteriores o foco era na descoberta científica, diálogos e debates sobre a condição humana, Discovery foca também em ação, aventura e dilemas morais que se empilham episódio a episódio. E isso tudo com uma produção sem defeitos no que se refere os aspectos técnicos do audiovisual, com efeitos especiais que não deixam nada a dever às grandes produções de Hollywood e atuações estelares de todo o elenco, com destaque para o Sr. Saru de Doug Jones.
Se a primeira temporada é boa, ainda que um tanto irregular quanto à proposta que a série quer seguir, a segunda temporada é simplesmente espetacular, madura no que se propõe ao entreter e convidar à reflexão ao mesmo tempo e na mesma medida. Não é, portanto, uma série clássica de Star Trek, o que até fez com que recebesse muitas críticas dos trekkies, mas uma repaginada nela, com muito mais grana injetada e uma pegada que leva a ação e a aventura a lugares onde a franquia jamais esteve.
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