Crítica: Zumbilândia - Atire Duas Vezes (Zombieland: Double Tap)
Em 2009, uma comédia despretensiosa que veio pra surfar e rir da onda das obras audiovisuais de zumbi que surgia à época foi lançada. No primeiro Zumbilândia, ainda pré-Walking Dead, tudo era novidade nesse mundo cuja teta ainda não havia sido mamada violentamente por todo tipo de obra que se pode imaginar, desde filmes românticos com zumbis, até ensaios sobre o amor e a condição humana.
10 anos depois, com a tal teta agora já toda rachada e sangrando copiosamente tamanha a gulodice de quem a mamou todos esses anos, chega a sequência, Zumbilândia: Atire Duas Vezes, mais uma vez apostando na mesma formuleta, acertando uma parte satisfatoriamente grande dos mesmos alvos de outrora e errando tantos outros.
Alguns anos se passaram e nossos heróis – Talahasee (Wody Harrelson), Columbus (Jesse Eisenberg), Wichita (Emma Stone) e Little Rock (Abigail Breslin) – vão morar numa abandonada Casa Branca após uma sequência que é talvez e melhor coisa do filme e na qual eles chacinam os zumbis da área ao som de Master of Puppets do Metallica. Uma vez lá, a vida se torna monótona, com o casal Columbus – Wichita se estranhando porque relacionamentos e com a relação pai-filha entre Little Rock e Talahasee se deteriorando porque adolescentes.
A partir daí, tem-se uma estrutura clássica de gente que vai embora e de gente que segue atrás, com o pau no cu máximo Columbus enumerando suas regras o tempo inteiro enquanto os amiguinhos matam zumbi atrás de zumbi, conhecem gente nova e encontram uma comuna hippie-maconhista que é anti-armamentista num mundo em que tudo quer te comer a todo momento. E é óbvio que o filme vai tirar sarro disso.
O longa entretém, mas a química entre Woody Harrelson e Jesse Eisenberg não está mais lá como esteve antes e isso fica ainda mais gritante com as participações de Luke Wilson e Richard Middletich, que parecem estar se divertindo demais nas suas cenas como semi-cópias de Talahasee e Columbus, enquanto que estes últimos parecem estar só no piloto automático, como também parece estar todo o resto do elenco. Além disso, nesses últimos 10 anos, Emma Stone deixou de ser a atriz novata bonitinha para se tornar uma das melhores e mais famosas atrizes de sua geração, o que talvez explique um certo enfado da parte dela ao longo de toda a exibição.
Enfim, como bem enumerou o amigo que foi comigo ao cinema, Zumbilândia: Atire Duas Vezes parece demais só um episódio um pouco mais longo de uma série. Só mais uma aventurinha da turminha matando zumbizinhos por aízinho, sem maiores consequências e/ou pretensões. E não tem problema algum que seja isso, já que o filme consegue cumprir seu papel de entreter, mas fica longe de ir além como fez o primeiro filme da franquia.
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