Garimpo Netflix #43
O Garimpo é um quadro do MetaFictions no qual indicamos toda semana 3 bons títulos disponíveis nas maiores plataformas de streaming. Clique aqui para conferir os anteriores.
O Garimpo Netflix dessa semana chega na sua mais pura essência, apresentando boas obras que mal tiveram distribuição nos cinemas brasileiros. Começamos com 2 filmes reconhecidos pela crítica, um deles britânico e outro protagonizado por uma das maiores atrizes de sua geração, e passamos para uma minissérie com um caso policial badalado, mas que não teve muito alarde em sua estreia.
Sem mais delongas, vamos nessa. Não esqueça de dizer o que você achou das indicações aí nos comentários!
– Como Falar com Garotas em Festas (How to Talk to Girls at Parties), de 2017, dirigido por John Cameron Mitchell.
Eu tenho uma missão na vida. Assistir todos o longas produzidos pelo estúdio A24. Dos 21, dos mais de 60, filmes assistidos pela pessoas que vos escreve dessa impressionante produtora, não teve sequer um que eu não tenha gostado. São sempre obras muito bem escritas, com direção firme, atores conhecidos entregando performances sólidas e com temas extraordinários. Dito isso, corroborando todas as qualidades supracitadas, Como Falar com Garotas em Festas foi uma das maiores e mais agradáveis surpresas que tive em 2018.
Sendo uma adaptação de um conto de Neil Gaiman, acompanhamos a história de Zan (Elle Fanning) e Enn (Alex Sharp) em uma Londres do final dos ano 1970, cenário do movimento fervilhante de punk rock. Embora não possa adentrar muito nos meandros da obra sob pena de estragar as surpresas que te aguardam, adianto que você será arrebatado pelo conflito e contraste entre 2 filosofias e formas de ver o mundo personificado em dois grupos. De um lado os punks anarquistas e do outro algo não muito do nosso planeta. Não deixe de conferir essa viagem no ácido que é Como Falar com Garotas em Festas.
– Jackie, de 2016, dirigido por Pablo Larraín
Com 3 indicações ao Oscar em 2017, incluindo o de melhor atriz para Natalie Portman, Jackie reconta os dias pós-assassinato do presidente americano John F. Kennedy em 22 de novembro de 1963 sob a perspectiva da Primeira Dama, Jacqueline Kennedy. Embora não conte com um drama político, temos a película sendo carregada por uma mulher em luto conduzida através de uma entrevista. Esse não é um longa com rupturas ou uma ode tanto ao presidente quanto a Jackie, é, simplesmente, uma visão crua e despida de glória dos bastidores do que vemos nas frentes das câmeras.
– The Staircase, de 2018, minissérie (13 episódios), criado por Céleste Dela
Seguindo a onda de produções caseiras de documentários seriais, como os bons “The Innocent Man” e “Gênio Diabólico“, e o excelente “Making a Murderer” (Parte 1 e Parte 2), The Staircase conta a história do julgamento de Michael Peterson, acusado de matar sua mulher em um evento muito inacreditável. Diferente de “Making a Murderer”, no qual a construção da série nos leva a acreditar na inocência de Avery, aqui temos um caso onde ficamos na dúvida do ocorrido 100% do tempo. De um lado temos versões inacreditáveis da defesa, contra um Estado que não consegue criar um caso sólido. É uma minissérie um tanto longa e com uma barriguinha burocrática no meio, mas com início e final muito bons que valem seu tempo.
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