Crítica: Dora e a Cidade Perdida (Dora and the Lost City of Gold)
Apesar de se tratar de um filme voltado para o público infanto-juvenil, Dora e a Cidade Perdida é uma lição de vida pra todas as idades. No início do longa já se pode observar que a protagonista da história se trata de uma criança diferenciada que, não só está, obviamente, fora do padrão por ter crescido na floresta, mas também por não ter medo nem vergonha de nada. A estrela da Nickelodeon, Isabela Moner, dá vida à personagem Dora, uma líder nata que contamina todos com sua coragem e otimismo, que acredita ser capaz de realizar qualquer coisa e principalmente, no ser humano. É uma menina-mulher que não se deixa levar pela negatividade das pessoas ao seu redor, que se impõe e é muito mais empoderada que muito adulto por aí. O que, aliás, me parece ser uma das mensagens mais bonitas do filme: mesmo inserida em um ambiente completamente fora da sua zona de conforto, a exploradora não perde sua identidade e, por ser ensinável, desenvolve habilidades incríveis. Ao contrário de seus amigos, não abandona o processo, não quer desistir, ela cresce com as dificuldades e vai até o fim.
Depois de doze anos vivendo na floresta, chegou a hora de cursar o ensino médio na cidade grande. Dora parte para uma nova jornada de vida na qual se inicia um tempo de conflitos e de viver várias experiências ao mesmo tempo. A distância dos pais, a comida diferente, os dias na escola em que não é aceita pelos colegas e, principalmente, a luta por se manter autêntica mesmo que a critiquem são alguns dos seus desafios diários, porém, nada disso parece abalar a pequena ou tirá-la o sorriso, até o dia em que é surpreendida com a notícia de que seus pais estão em perigo e ela precisa ajudá-los.
A aventura começa durante um passeio da escola a um museu, os alunos têm a missão de encontrar o objeto mais valioso do museu e assim, Dora, seu primo Diego (Jeffrey Wahlberg) e alguns colegas que se tornam grandes amigos com o tempo, acabam caindo em uma armadilha, são sequestrados e vão parar na floresta onde são perseguidos pelos mesmos mercenários que querem matar seus pais (porque eles sabem o lugar onde a população Inca escondeu seu tesouro por milhares de anos). Em uma situação de absoluto desespero de todos, a menina toma às rédeas e aos poucos lidera a mais nova missão da sua vida: salvar a si mesma, seus amigos e seus pais. Em meio a animais falantes e segredos da natureza, um team work é gerenciado a fim de que tudo se resolva de forma estratégica e o mais rápido possível.
É claro que um espectador que é levado a Machu Picchu através das telonas pode se encantar com a fotografia (fazendo jus ao orçamento de quase U$50 milhões muito bem investidos), mas o filme vai além do óbvio e aborda nas entrelinhas questões muito importantes nos relacionamentos em geral e no desenvolvimento do caráter e de certos valores no período da infância/adolescência. É lindo e é pra família inteira.
Leave a Comment