Garimpo Netflix #48
O Garimpo é um quadro do MetaFictions no qual indicamos toda semana 3 bons títulos disponíveis nas maiores plataformas de streaming. Clique aqui para conferir os anteriores.
Nosso Garimpo da semana mantém a tradição de indicações de filmes excelentes que passaram despercebidos pelo grande público e que estão ali dando sopa na nossa plataforma de streaming favorita, a Netflix (sim, ela é menina e já deixou isso claro aqui). São três obras de três países europeus diferentes e com linguagens bem distintas entre si, tendo em comum a sensibilidade dos roteiros e grandes histórias sendo contadas.
Fiquem com as dicas do nosso Garimpo Netflix #48!
– Elizabeth: A Idade de Ouro (Elizabeth: The Golden Age), de 2007, dirigido por Shekhar Kapur
Quase dez anos depois de seu deslumbrante papel de protagonista em “Elizabeth”, Cate Blanchett voltou a trabalhar com o diretor Shekhar Kapur para essa continuação. Aqui, temos uma rainha Elizabeth I um pouco mais velha e muito mais astuta na arte de reinar, enfrentando um potencial conflito exterior com a poderosa armada de Filipe II de Espanha (Jordi Mollà) e a traição de sua própria prima, Mary Stuart (Samantha Morton), em seu quintal britânico.
Para além da dramatização de eventos históricos de grande importância, o diretor é hábil em tornar relevantes os dramas pessoais da monarca, sempre forçada a sacrificar o amor em nome do dever, e o que faz esse filme merecer ser assistido é, para além da belíssima direção de arte, o enorme carisma que Blanchett imprime à personagem.
Apesar de ser uma continuação do primeiro Elizabeth de 1998 (que também merece sua atenção), este Elizabeth: A Idade de Ouro pode tranquilamente ser assistido separadamente. Deleite garantido. Assista!
– Girl, de 2018, dirigido por Lukas Dhont
O filme de estreia do diretor Lukas Dhont conta a história de Lara (Victor Polster, numa atuação corajosa também em seu primeiro trabalho), uma jovem transsexual que está em processo pré-operatório para mudança definitiva de sexo, ao mesmo tempo que tenta ingressar em uma das companhias de Balé mais prestigiosas da Bélgica.
O brilhantismo desse filme reside em nos mostrar que, em que pese um ou outro olhar desconfiado na escola e em seu grupo de balé, Lara possui apoio irrestrito de sua família e toda a sorte de suporte profissional, desde médicos extremamente cautelosos e preocupados até um psicólogo particular para lhe ajudar a passar pelo processo. E, mesmo assim, sua dor é profunda, seu sofrimento por habitar um corpo que lhe causa repulsa é latente em cada minuto da sua vida. O filme vai, de forma bela e sutil, desvelando a psiquê de Lara e nos mostrando o quanto é difícil a autorrejeição ocasionada pela simples existência nesse mundo.
Mais do que um excelente filme, Girl é um exercício de empatia muito necessário para tempos tão sombrios.
– Euforia, de 2018, dirigido por Valeria Golino
Euforia conta a história de Matteo (Riccardo Scamarcio), um jovem empresário bem-sucedido e audacioso, e seu irmão, Ettore (Valerio Mastandrea), um professor pacato de escola primária que sempre viveu nas sombras provincianas da pequena cidade onde ambos nasceram e cresceram. Eles são irmãos, mas com duas personalidades muito diferentes e terão uma convivência forçosa em Roma por alguns meses, criando uma situação de enfrentamento de suas diferenças com pitadas de acidez, simpatia e ternura.
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