Crítica: Rick e Morty (Rick and Morty) - 4a Temporada, Parte 1
Nada como o natal para reunir a família e celebrar essa linda união com amor, presentes e muita comida. E há maneira melhor de comemorar do que com a família mais desajustada da televisão americana (#vazasimpsons)? Após dois anos de espera, Rick e Morty retorna com os 5 primeiros episódios da quarta temporada e o humor bizarro que conquistou o público. Caso não tenha assistido à série, saiba: “bizarro” é um eufemismo muito forte.
Depois dos eventos ocorridos na terceira temporada, a relação entre Rick e sua família aparenta ter voltado ao padrão de sempre, apesar de leves mudanças na sua parceria com o neto, Morty. A sequência de episódios pode parecer desconectada, até porque só metade estreou tanto nos EUA como na Netflix. Mas essa é uma de suas principais belezas, afinal, o roteiro simplesmente acerta na continuidade e a ligação entre capítulos (até temporadas) tende a estar em detalhes que nem todo espectador percebe. A quantidade de pontos positivos cresceu mesmo com essa temporada incompleta, chegando a entrar na lista das minhas favoritas do ano.
Acredito que finalmente entendi o porquê do intervalo de dois anos por temporada. Fora o progresso em aspectos de animação, sempre melhorando, os roteiristas devem ter prestado atenção em tudo que aconteceu de marcante pelo mundo, já que parte do arco desta temporada parece ter se inspirado num fenômeno que vem crescendo desde a eleição de Trump: o renascer de governos autoritários, beirando ao extremismo. A maneira como isso é abordado costuma ultrapassar o equilíbrio entre o sutil e escrachado, sem deixar de ser, como sempre, bem desenvolvido e hilário. Além de críticas a mais tópicos sérios, como racismo e violência sexual, ainda sobra tempo para referências a inúmeras coisas, desde o universo Marvel e “Senhor do Anéis” ao sensacionalismo da Fox News, predestinação, viagem no tempo e ao próprio programa, algo que jamais poderia faltar. O absurdo não tem limites, muito menos a imaginação de Justin Roiland e Dan Harmon.
Mais uma vez, a Adult Swim do Cartoon Network (com distribuição na Netflix aqui no Brasil) entrega um conteúdo muito bem produzido, com o elenco e roteiro sempre se superando em vários sentidos. Fãs dessa sensacional comédia sci-fi não se decepcionarão com o quinteto de episódios. E como estamos em época de comemoração, termino esta resenha desejando um feliz natal, uma nova década próspera e, nas palavras do próprio Rick Sanchez, wubba lubba dub dub!
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