Crítica: Saiki Kusuo no Psi-nan: Reativado
Após o término da maravilhosa série Saiki Kusuo no Psi-nan, com um especial que encerra de forma conclusiva a história de Saiki K. – nosso querido e hilário adolescente com super poderes -, a Netflix resolveu comprar seus direitos e produzir uma temporada original, com a alcunha Reativado. Já falamos aqui bastante dela em nosso Garimpo Netflix e nas críticas da segunda e terceira temporadas, então dê uma conferida nesses 50 episódios prévios antes de cair aqui.
Ficou no ar a dúvida. Após o anúncio da volta da série, o que a Netflix adotaria para soltar sua temporada original? Isso porque a série, a rigor, conta com mais de 200 episódios de 4 minutos, que a nossa querida plataforma de streaming condensou em temporadas de 24 episódios, juntando 5 pequenos episódios em 1 tradicional de 22 minutos. Para a nossa alegria, mesmo não necessitando mais manter esse padrão, recebemos 6 episódios exatamente nos mesmos moldes que estamos acostumados, mas com um conteúdo mais restrito.
Dado o número limitado de episódios, 1/4 do habitual, temos o enfoque apenas em um núcleo da vida de Saiki, o escolar. Faz sentido que seja assim, uma vez que a maior parte dos personagens coadjuvantes que fazem a série andar sejam seus colegas de classe, como o gigante Nendo e o carismático Kaido. Além disso, como anunciado no trailer, temos a adição de dois novos personagens. O professor com cara de tarado e a aluna desastrada, que chegaram para compor o leque de personagens estereotipados que estamos acostumados a ver em núcleos escolares. Em especial Hii Suzumia, a aluna nova, foi uma agradável surpresa, tendo os melhores momentos da temporada junto ao núcleo paranormal. Fica muito evidente onde a série brilha quando introduz personagens a que nos apegamos com facilidade. A construção abrupta e exagerada de cada um deles dialoga com todos os personagens desse mesmo molde que já conhecemos de outros animes. Eu já disse outrora e volto a repetir, Saiki K. não é para iniciantes. É necessário uma carga considerável de animes nas costas para apreciar as nuances da série.
Mas dá para assistir sem ter visto as outras temporadas? Esse anime é tão caótico e maluco, que eu diria que sim, dá. O primeiro episódio é gasto como um breve recap dos personagens que orbitam ao redor de Saiki, serve também como apresentação da extensão de seus poderes e mostra o caminho percorrido por Saiki cobrindo os principais eventos até então. Contudo, muitas piadas e referências ficarão perdidas no ar caso você não tenha saboreado as temporadas anteriores.
Isso sem mencionar que você não terá contato com dois núcleos maravilhosos que não deram as caras, como a família por parte de mãe e irmão de Saiki, que sempre me arrancavam lágrimas de rir com os exageros privados de seu avô e as psicopatias de seu irmão gênio do mal. Fora o núcleo “extra”, como o mágico e cia que talvez tenha o bordão mais pegajoso da série. Também ficamos sem quebras da 4a parede dessa vez, o que foi uma pena dado o trailer com ele falando de estar consciente de ter sido comprado pela Netflix. Imagine a quantidade de curtidas com a nossa cara que ele poderia ter dado, em especial com o público otaku.
Embora tenha dado uma revisitada em queridos personagens, apresentado outros e explorado os poderes de Saiki além do costumeiro, esse número reduzido de episódios somado à narrativa caótica da série deixou um gostinho de quero mais. Terminamos basicamente onde começamos e com muito por vir (assim esperamos). Mas não deixou de ser “Amazing!”
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