Garimpo Netflix #50: Sci-Fi vol. 6
O Garimpo é um quadro do MetaFictions no qual indicamos toda semana 3 bons títulos disponíveis nas maiores plataformas de streaming. Clique aqui para conferir os anteriores.
Logo abaixo vocês vão ver que deixei o link dos 5 Garimpos com indicações de obras de ficção científica pra se assistir na Netflix. Alguns deles talvez não estejam mais disponíveis na plataforma, contudo, mas estou falando isso só porque eu já enchi tanta linguiça sobre a ficção científica nas indicações anteriores que acho melhor poupar vocês dessa minha ladainha dessa vez.
De todo modo, hoje vamos indicar três obras que em comum tem apenas o seu pano de fundo científico, mas que são completamente diferentes dentro do que se propõe. Temos uma grande produção americana com tudo que esse tipo de filme tem direito, uma obra independente de hard sci-fi espanhola e uma obra de ficção científica de ação da Coreia do Sul, um país que jamais decepciona em suas obras. Fiquem com o garimpo dessa semana e não deixem de conferir os links abaixo para mais indicações.
Garimpo Netflix: Sci-Fi
Garimpo Netflix: Sci-Fi 2
Garimpo Netflix: Sci-Fi 3
Garimpo Netflix: Sci-Fi 4
Garimpo Netflix: Sci-Fi 5
Top 10 – Filmes de Ficção Científica
Garimpo Netflix: Fantasia
– Sem Limites (Limitless), de 2011, dirigido por Neil Burger
Em 2011, Bradley Cooper era conhecida quase que exclusivamente como um cara bonitão, vindo na esteira do sucesso dos dois primeiros “Se Beber Não Case” e de “Esquadrão Classe A”. Hollywood, contudo, ainda não sabia se ele tinha o necessário pra se tornar um protagonista de filme grande. Com Sem Limites, Cooper mostrou ser mais do que o se pensava dele e começou de verdade a galgar os degraus que o levaram a estar onde ele está hoje. E aqui ele teve uma ajudinha nada modesta do monstro Robert de Niro.
Em Sem Limites, Cooper é um escritor meio morto de fome que está empacado no livro que está escrevendo, até que ele começa a tomar uma droga (no sentido farmacêutico e não bocadefúmico) que permite que ele acesse 100% de sua mente o tempo e acaba por torná-lo um fodão autodidata, respondendo, à maneira do livro de Alan Glynn no qual o filme é baseado, o tal “E se?”, questionamento tão caro a boa ficção científica em geral. E é nessa tentativa de responder que jaz toda a graça do filme, que eventualmente veio a gerar também uma série de mesmo nome, que também tem sua primeira temporada disponível na Netflix.
– Órbita 9 (Orbiter 9), de 2017, dirigido por Hatem Kraiche
Um filme de ficção científica produzido por Espanha e Colômbio e com locações no País Basco não é sempre que a gente vê. Pois é justamente o que é Órbita 9 (cuja resenha pode ser lida por completo aqui). Nele, Clara Lago interpreta Helena, uma menina que está sozinha em uma nave espacial com direção a algum lugar longínquo. Ocorre que Helena nasceu nessa nave e não tem perspectiva de sair dela até completar seus 40 anos, tendo como companhia apenas a voz do computador da nave os engenheiros robóticos que às vezes aparecem na neve para consertar alguma coisa. Mas será que essa é a realidade mesmo? Mais que isso digo e sugiro fortemente que vocês não vejam o trailer para que sejam impactados como eu fui quando assisti o filme.
Trata-se de uma obra de ficção científica pura, que busca responder questões acerca da condição humana com base em suposições e hipóteses científicas, valendo-se do isolamento de Helena como um artifício poderosíssimo à narrativa.
– Illang: A Brigada Lobo (Inrang), de 2018, dirigido por Jee-woon Kim
https://youtu.be/h69659SjgLs
Se há uma coisa que a ficção científica nos ensina desde sempre, passando aí por obras tão díspares e clássicas quanto “Guerra nas Estrelas” e “1984”, é a confirmação daquele adágio inescapável e inegável de Fausto Silva: “Só o amor constrói.” Em Illang: A Brigada Lobo (cuja resenha você pode conferir aqui), acompanhamos a história de Im Joong-kyung, um dos mais condecorados e ferozes membros da tal Brigada Lobo, que é uma espécie de força especial do governo conjunto de Pyongyang e Seul num futuro distópico em que as duas Coreias foram unificados sob a bandeira de um governo unificado, porém brutal e autoritário ao extremo. Sob pena de dar spoilers, poupá-los-ei de maiores detalhes sobre o filme, mas já adianto que a porrada come e a ação é espetacular, tudo combinado com uma direção muito segura e uma fotografia e direção de arte que explicam o porquê do cinema coreano ser um celeiro de obra-prima atrás de obra-prima.
Ainda que Illang não seja uma obra-prima, a marca do cinema coreano está lá, sendo incapaz de focar uma narrativa em apenas um estrato social ou pintar seus personagens de preto ou de branco, trazendo uma ficção científica sobre futuro distópico que consegue entreter ao mesmo tempo que provoca reflexão.
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