Crítica: Messiah (1a Temporada)

Religião sempre foi um tema bastante delicado, especialmente se você inicia uma discussão que abrange pessoas com diferentes ideologias e perspectivas. Uma simples discórdia pode causar um alvoroço de proporções inimagináveis, porém, se tratado com respeito e cautela, tem como amenizar a tensão. Messiah chegou na Netflix rodeada de polêmicas decorrentes do assunto, sendo que seu problema não está relacionado às controvérsias.

O drama gira em torno de Eva Geller (Michelle Monaghan), uma agente da CIA investigando um jovem que se intitula Al-Masih (Medhi Dehbi), o Messias. Por conta de seus atos “revolucionários”, ele ganha milhares de seguidores e foco internacional, levando Geller a persegui-lo onde estiver e aumentando seu questionamento sobre essa figura misteriosa: seria ele um ser divino (reencarnação de Jesus Cristo) ou um charlatão. A ideia apresentada levanta uma discussão muito interessante, mas a execução decepciona com a falta de originalidade e impede que o espectador seja conquistado de cara.

Devo reconhecer que é uma série tecnicamente bem feita, se não considerarmos a direção e roteiro. James McTeigue e Kate Woods não se esforçam em estimular o elenco a dar o melhor de si, resultando em atuações meia-boca. A culpa não é inteiramente do casal, já que o roteiro não ajuda graças aos personagens estereotipados, trama rasa e diálogos expositivos. Se apenas um desses fatores estivesse incluído, talvez eu teria me prendido à história, mas as várias semelhanças à série “Homeland” vieram à tona no piloto e continuaram nos nove episódios seguintes. Caso ame a série mencionada, nem tente assistir sua versão B. Além disso, quando o criador Michael Petroni apresentou a proposta de “Messiah”, a Netflix ficou nervosa pelo tom provocador que Petroni desejava transmitir. Parece que conseguiu o que queria, já que a maneira em que abordam o islamismo foi afogada em polêmicas.

É interessante pensar como seria se Jesus ressuscitasse na era contemporânea e qual seria a reação do povo, positiva ou negativamente. Se você já quer se engajar nesse questionamento, procure outra fonte de inspiração, porque é mais fácil Messiah lhe influenciar a procrastinar do que usar seus neurônios para pensar.

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