Garimpo Netflix #55

O Garimpo é um quadro do MetaFictions no qual indicamos toda semana 3 bons títulos disponíveis nas maiores plataformas de streaming. Clique aqui para conferir os anteriores.


Nosso garimpo desta semana vem com 3 ótimos filmes disponíveis na Netflix, mais uma vez de 3 países diferentes, o que vem se tornando uma excelente tradição aqui nas nossas indicações semanais do MetaFictions.

Aproveitem!


– A Rede Social (The Social Network), de 2010, dirigido por David Fincher

Você tem uma conta no feice, não tem? Não? E no zap zap? Talvez Insta? Provavelmente, né? É um imenso lugar comum constatar a incontornável presença das ditas redes sociais em nossas vidas mundanas, e estamos alimentando uma indústria que hoje rivaliza com as maiores petroleiras do mundo em volume de grana envolvida e poder, além de encher o bolso de uns poucos. Mas todo grande império tem um começo, e é exatamente disso que trata o excelente A Rede Social.

O filme conta a trajetória da mente por trás de todo esse ambiente em que fomos imersos, o desajeitado menino judeu de Harvard, Mark Zuckeberg, que basicamente comete um delito hacker nos servidores da universidade para se vingar de uma namorada que lhe deu um pé na bunda e muda o mundo no decorrer do processo. Processo que, aliás, é lotado de passagens nada lisonjeiras, demonstrando o quanto é difícil achar uma única empresa do tamanho do Facebook que não tenha uma história bastante obscura de traição e sacanagens mil por trás.

Como diz a mensagem de capa do livro no qual o filme foi baseado, “Bilionários por Acaso”: Você não faz um bilhão de amigos sem fazer alguns inimigos. Assista!

– O Jardim Secreto (The Secret Garden), de 1993, dirigido por Agnieszka Holland

Devo confessar que tenho uma fraqueza descomunal para filmes com crianças. Sou acometido de choros inconfessáveis ao assistir qualquer sofrimento advindo da sensibilidade infantil e devo admitir que isso pode interferir no meu julgamento de uma obra eventualmente. Felizmente não é o caso com este O Jardim Secreto, um filme sensível baseado na bela obra de Frances Hodgson Burnett e que passou incólume pelo difícil teste do tempo.

Como todas as grandes histórias para crianças, o longa carrega mensagens poderosas abaixo de uma superfície encantadora. Conta a história da jovem órfã Mary Lennox (Kate Maberly) na Índia nos primeiros anos do século passado (como me sinto um velho decrépito escrevendo isso…) enviada para a Inglaterra para viver na vasta propriedade de um tio. Com a ausência constante deste, há pouco para Mary fazer na mansão. Como uma criança entediada 100 anos atrás não tinha um maldito de um smartphone a mão, o que vocês, meus nobres 17 leitores, acham que elas faziam? Simples, elas iam explorar o mundo a sua volta, oras. E no caso de Mary, ela encontrará passagens secretas e até mesmo o quarto de sua falecida tia – e no quarto, uma chave para o jardim secreto do título.

Sob olhos infantis, este belo filme nos faz caminhar por um mundo fechado e fantasioso, emocionando na medida certa. Como informação, vale dizer que uma nova versão já está saindo do forno com previsão de estreia para abril deste ano. Corra para ver esse antes!

Elisa e Marcela, de 2019, dirigido por Isabel Coixet

Em 1901, na Espanha, duas mulheres, Elisa Sánchez Loriga (Natalia de Molina) e Marcela Gracia Ibeas (Greta Fernández), se casaram. Era ilegal completamente. E elas só conseguiram essa façanha porque Elisa se disfarçou de homem no casório, dando uma bela banda na Igreja Católica e na sociedade.

Com uma belíssima fotografia em preto e branco, que dará um ar de sobriedade ao longa, e com uma direção sensível de Isabel Coixet, este filme é dividido aproximadamente em três atos: o primeiro narra como Elisa e Marcela se conheceram e se apaixonaram como alunas. O segundo ato nos contará como eles encontraram uma maneira de viver juntas como um casal, o que as leva ao ato citado do casamento ilegal. O restante nos mostrará a consolidação de suas vidas a dois.

Elisa e Marcela é daqueles filmes necessários, por mostrarem a longa e, aparentemente, eterna luta de casais homossexuais por reconhecimento social e legal. Vale sua atenção!

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