Crítica: Maria e João - O Conto das Bruxas (Gretel & Hansel)

Quem nunca cresceu ouvindo a história de dois irmãos abandonados pelos pais e que encontram a casa de uma senhora que, posteriormente, se revela uma bruxa? Já tentaram adaptar este conto para o cinema algumas vezes, mas falharam miseravelmente. Será que Maria e João: O Conto das Bruxas conseguiu superar expectativas? Não, pois consegue ser um erro ainda maior que seus antecessores.

Nessa versão de terror (e tédio), a jovem Maria (Sophia Lillis) e o irmão mais novo, João (Sammy Leaky), começam uma busca por comida após serem abandonados por sua mãe. Enquanto perambulavam na floresta totalmente segura (só que não), eles esbarram na casa de Holda (Alice Krige), uma mulher que o público não precisar pensar duas pra sacar quem é. Tudo isso desencadeia uma série de desventuras extremamente chata que nem a fotografia salva, além de ser o único aspecto prestável da produção.

Se você estava interessado em comprar o ingresso para essa versão “perturbada e de terror” do conto que aterrorizou sua infância, pode parar aqui, porque é pura enganação. O roteiro sem pé nem cabeça de Rob Hayes tenta entregar um crossover entre “A Bruxa” e “Hereditário”, ambos filmes excelentes, mas o resultado é mais um terror genérico metido a inovador. Foi necessário apenas um jump scare e plot twist previsível para querer sair da sala de cinema, porém, como tenho amor pelo meu trabalho, fiquei até o fim. Nem a conexão com a “menina da touca rosa” me atraiu, e isso era pra ser a maior revelação.

Pior que o roteiro, apenas as atuações e Sammy Leakey lidera ao interpretar um João pirralho e tão chato que me fez desejar o pior ao coitado, seja por uma construção medíocre, falta de talento do rapazinho ou os dois. Infelizmente, Sophia Lillis me fez esquecer de seu trabalho competente como Beverly nos capítulos de “It: A Coisa” e o porquê dela ser a única personagem com um sotaque americano é um mistério desagradável. No fim, os maiores imprestáveis da produção são a equipe de montagem e o diretor Osgood Perkins, também conhecido como o advogado nerd de “Legalmente Loira”. Depois desse fracasso, nem Elle Woods te defenderia!

Mesmo com a fotografia interessante de Galo Olivares (colaborador da fotografia impecável de “Roma”), “Maria e João” prova ser uma das maiores decepções de 2020. Se eles tivessem apenas feito uma trilha de doces, nada teria dado errado, né, crianças? Pode não se encaixar ao gênero, mas é um verdadeiro terror de filme.

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