Crítica: F1: Dirigir para Viver (Formula 1: Drive to Survive) - 2a Temporada

Caro amigo, você é fã de automobilismo? Você curte documentário serial? Caso você tenha respondido “sim” para uma dessas perguntas, seja bem-vindo a 2a temporada de F1: Dirigir para Viver. Antes de mais nada, recomendo fortemente que você assista e leia a crítica da 1a temporada, além, é claro, de conferir nosso Assista! do Senna e nossa lista de Filmes Emblemáticos Sobre Automobilismo. E embora eu tenha recomendado a 1a temporada (que de fato é muito boa), ela não é necessária para se apreciar a 2a entrada que retrata a temporada de 2019 da categoria mais importante do automobilismo mundial, sendo assim, é só cair dentro.

Contudo, mesmo não sendo necessário ter assistido a 1a temporada, há aqui uma continuidade interessante na escolha de como as histórias são contadas. São 20 pilotos, 10 chefes de equipe, 10 donos das equipes, muitos engenheiros, jornalistas e familiares. Ou seja, muita gente para pouco tempo. Para tornar a narrativa instigante e ter uma linha condutora, temos as histórias dos novatos Alexander Albon, Pierre Gasly, Charles Leclerc e George Russell, cada um com sua luta particular, dialogando constantemente um com o outro. Como essas histórias pessoais refletem na dinâmica da equipe é onde a continuidade se faz presente. Temos as 3 equipes consagradas, a RBR, Ferrari e a Mercedes, as 2 intermediárias, McLaren e Renault e as 2 com pior desempenho, Williams e Haas.

during the Brazilian Formula One Grand Prix at Autodromo Jose Carlos Pace on November 17, 2019 in Sao Paulo, Brazil. (Photograph by Vladimir Rys)

O pontapé inicial se dá com a saída de Daniel Ricciardo da RBR e indo para Renault (e seus desdobramentos), tendo seu assento ocupado pela disputa entre Pierre Gasly e Alexander Albon, com protagonismo total de Verstappen na equipe que mostra quão cruel pode ser o mundo da F1. Já entrando no hall das crueldades, seguimos com as duas equipes completamente distintas na história na categoria, a Williams e a Haas, mas que juntas vivem os piores anos de suas histórias, puxada pela dinâmica da dupla George Russell e Robert Kubica na escuderia que consagrou pela última vez um piloto campeão (Jacques Villeneuve) em 1997, e a Haas que briga para se tornar relevante no cenário. E, claro, como não podia deixar de ser, os meandros dentro da escuderia mais famosa do planeta, a Ferrari, foi palco central com talvez a melhor dupla da atualidade, Charles Leclerc e Sebastian Vettel, com a velha política do 1o e 2o piloto, extraindo o pior da personalidade que cada um desses grandes pilotos possui. Embora pareça pouco para conduzir 10 episódios que variam de 35 à 40 minutos, temos os pilotos coadjuvantes e os chefes de equipe esfregando merda em tudo e em todos. É intenso e você não percebe o tempo passar.

Todos esses dramas culminam num ótimo último episódio que consagra uma série perfeita em termos técnicos, com um ritmo envolvente e repleta de paixão. São dramas desenvolvidos, sonhos despedaçados e realizados, sucessos alcançados, fracassos, em alguns casos, superados, homenagens à grandes ídolos do esporte que nos deixaram, assim como mortes prematuras de estrelas que mal começaram a brilhar. Ficamos no aguardo da já prometida 3a temporada em 2021. Agora é torcer pro Lewis Hamilton não ser campeão na metade do ano.

 

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