Crítica: Maska

Com o surgimento do verbo quarentenar em nosso cotidiano, o indiano Maska, do diretor Niraaj Udhwani, surge como um prato cheio aos adeptos daquele filminho de Sessão da Tarde que a princípio não fede nem cheira, mas arranca uns sorrisinhos e traça paralelos bem sutis entre as mais variadas relações de afeto e os sonhos e anseios de um jovem protagonista.

Passado em Mumbai, o roteiro conta a história de uma família Parsi, um grupo étnico-religioso com origem iraniana, responsável pela administração de um tradicional café que ao longo dos últimos noventa e nove anos se tornou o maior legado daquela família de imigrantes. Maska leva o título da fatia de pão amanteigado servido no estabelecimento e tido como o carro chefe em praticamente todos os cafés da manhã e lanches da tarde servidos ao seu público fiel.

Diana (Manisha Koirala) dirige o café, símbolo máximo de sua família há algumas gerações, e espera que o seu filho Rumi (Prit Kamani), de 19 anos, assuma os negócios. Ela só não esperava que o seu primogênito vencesse, inexplicavelmente, um concurso de beleza local, criando outras expectativas com relação ao seu futuro próximo. A partir daquele momento, Rumi se matricula em cursos de teatro e se apaixona instantaneamente por uma de suas colegas de grupo, Mallika (Nikta Dutta).

Embora a evolução do roteiro nos dê razões óbvias pelas quais o protagonista não atingirá o tão sonhado estrelato, encorajado pela namorada e aficionado pela possibilidade de se tornar um ator de sucesso, Rumi se depara com um produtor cinematográfico que lhe oferece o papel principal de sua próxima produção caso ele arrecadasse uma alta quantia de dinheiro para o financiamento do filme. Eis que o Rustom Cafe entra na reta.

Disposto a encerrar as atividades do seu negócio de família para poder prosseguir em busca do seu maior sonho pessoal, Rumi acaba conhecendo Persis (Shirley Setia), uma jovem escritora que está trabalhando em um livro sobre as mais diversas histórias de vida retratadas nas mesas de café dos principais restaurantes iranianos de Mumbai. É evidente que o cupido flecharia o coração dos dois pombinhos enquanto Persis tentava fazer com que o rapaz entendesse que a conexão entre lembranças felizes e lugares que resistem ao tempo são mais fortes do que ele imagina.

Maska conta aquele tipo de história que não precisa de um alerta de spoiler. Praticamente todos os elementos nos foram entregues em outros filmes desse mesmo estilo e não há muito para onde correr. A dinâmica mais parece uma propaganda de margarina estendida por quase duas horas, com a mensagem principal discriminada em times new roman fonte 6 no avesso da embalagem.

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