Crítica: Perícia Viciada (How to Fix a Drug Scandal)
Os escândalos de drogas mais famosos tanto da história quanto da mídia costumam vir da mesma semente: traficantes. Acredito que os cartéis de Medellín, Cali, Sinaloa e Guadalajara sejam os exemplos mais notáveis. Dentro da parafernália desses crimes, a Netflix produziu uma minissérie documental sobre um escândalo bizarro que tem a polícia como culpada. Apresento-lhes Perícia Viciada.
Quatro episódios de 50 a 60 minutos apresentam mais informações sobre os escândalos provocados por Sonja Farak e Annie Dookan, analistas de drogas de Massachusetts. Os atos cometidos são inacreditáveis, variando entre contenção e falsificação de evidências e até das drogas em si. Além de entrevistarem agentes da lei envolvidos e não-envolvidos nos casos, também foram entrevistados membros de ambas as famílias e um jornalista da revista Rolling Stone que escreve sobre a Guerra contra as drogas desde a década de 80, só mencionando alguns. O conteúdo é muito bem introduzido e é uma das poucas produções do gênero que, além de relatar a gravidade do assunto, mostra como o sistema de justiça americana é falho. Muita coragem por parte da emissora.

Considerada a série mais viciante (não é uma piada) desde a também recente “Tiger King”, acompanhamos os crimes em conjunto e individualmente, entrando no passado de cada um e explorando o aftermath, tudo de maneira dinâmica e detalhada. Mas antes de falar de seus méritos, irei contextualizá-los rapidamente. Enquanto Dookhan foi presa por forjar provas, prenderam Farak não apenas por falsificar evidências, mas também por retê-las e por falsificação de drogas. Juntando todos os delitos, elas alteraram o destino de incontáveis casos e o governo simplesmente “minimizou” sua relevância, provando mais uma vez como o sistema de justiça americana é corrupto. Agora que estão contextualizados o bastante, partiu méritos! Este é mais um acerto pra Netflix, que continua mostrando ser um titã quando o assunto é documentários.
As entrevistas são bem conduzidas, possuem um ritmo agradável e a fusão entre imagens reais e simulações são muito bem feitas. Outro aspecto positivo é a tradução do título, pois acredito que “Como Consertar um Escândalo de Drogas” não seria tão atraente. Dito assim, se o serviço de streaming continuar nesse ritmo (ainda mais agora com a quarentena), a tentativa de desbancá-la continuará impossível.

Mais uma produção da Netflix sobre narcóticos a ser maratonada, adicionando ao crescente universo “Narcos”, cuja segunda temporada de “Narcos: México” também acabou de estrear. Assista à vontade, porque esse vício presta!
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