Garimpo Netflix #67: Ocupando a Criançada
O Garimpo é um quadro do MetaFictions no qual indicamos toda semana 3 bons títulos disponíveis nas maiores plataformas de streaming. Clique aqui para conferir os anteriores.
A proposta dessa semana vem para (tentar) dar um alento a uma classe de pessoas que vem sofrendo sobremaneira com a quarentena: os pais. Apesar da classe média ter mais é que se foder mesmo, o fato é que tem muita gente em casa cuidando de 3 crianças ao mesmo tempo que tem que continuar sendo produtivo no romiófici e ainda aturar o cônjuge 24 horas por dia, repensando aquele velho adágio de se estar com aquela pessoa “agora e até a hora de nossa morte”.
Para os pais especificamente, sugiro clicar no link do nosso Garimpo, com dicas de obras em sua esmagadora maioria adultas. Contudo, hoje a ideia é apresentar coisas que seus pequenos possam ver (assumindo que já não tenham visto o catálogo inteiro da Netflix) e talvez te permitir tirar um cochilo ou entregar aquele relatório maroto que o dono da empresa onde você trabalha – que está em casa assessorado por várias pessoas pobres que não têm opção que não ir trabalhar para esse cuzão – tá te perturbando pra entregar porque, afinal, “eu não parei de trabalhar”.
Aproveitem!
– Larva, 2011 – (5 temporadas), criado por Beom-gi Hong
Consistindo em nada menos do que 273 esquetes de 4 minutos cada, separados em episódios com 5 esquetes cada um, mais ou menos, Larva é, na minha humilde e bosta opinião, nada menos do que genial. Temos aqui duas larvas, uma amarela e uma vermelha, fazendo o diabo pra basicamente conseguir comer. E é isso. Essa série coreana é besteirol do início ao fim, com humor puramente físico, sem diálogos e com temas que a criançada de basicamente qualquer idade vai se identificar. Muita porcaria, aventura, ação e coisas melequentas vão garantir a diversão também da galera mais velha que, como eu, ainda tem aquele mesmo idiotinha fofo de 5 anos na alma.
Notem que na Netflix a série está como “Larva” – que contempla as 3 primeiras temporadas produzidas entre 2011 e 2013 – e “Larva Ilhados” – que contempla as duas novas temporadas de 2018 e 2019. Ambas valem a pena e ambas são hilárias.
– Princesa Mononoke (Mononoke-hime), de 1997, dirigido por Hayao Miyazaki
Fundado em 1985, não é exagero algum dizer que o Studio Ghibli é uma espécie de Disney (melhorada) japonesa e Hayao Miyazaki seu Walt Disney (melhorado). De lá para cá, o estúdio lançou dezenas de animações, sendo que nenhuma delas é menos do que muito boa, como já falei no Garimpo #60 em que indiquei o clássico “Meu Amigo Totoro”, que, a propósito, também é perfeito para mostrar às suas crianças. Deixo novamente a dica: todo o acervo do Studio Ghibli está disponível na Netflix e absolutamente todos os seus filmes valem a pena.
Hoje a indicação é a de Princesa Mononoke, uma das maiores bilheterias da história do Japão e considerado uma das melhores animações de todos os tempos por muita gente boa. O longa animado é passado no período Muromachi do Japão quando um demônio ataca o vilarejo do guerreiro Ashitaka. Ashitaka é então amaldiçoado pelo demônio e terá que sair em uma missão para salvar sua própria vida. Nessa jornada ele vai se meter no meio de uma guerra e conhecer a Princesa Mononoke, que fora criada por um deus-lobo.
Trata-se de um filme com muita aventura, ação e um aprendizado enorme para crianças um pouco mais velhas, talvez de uns 7 anos para cima, muito embora as crianças mais jovens fiquem também hipnotizadas pela beleza da animação. É possível, inclusive, que vocês curtam muito mais do que os seus filhos.
– Paddington 2, de 2017, dirigido por Paul King
Sem dúvida um dos melhores filmes live-action infantis dos últimos anos, Paddington 2 é uma das raras ocasiões em que uma continuação é melhor que o original, muito embora o original também seja legal nesse caso. Inclusive, é bom deixar claro que não é necessário ter visto o primeiro para poder apreciar integralmente toda a doçura, lições e diversão que esse longa traz.
Acompanhamos as aventuras do ursinho britânico Paddington por Londres, onde, agora adotado oficialmente pela família Brown, ele resolve arrumar uns trabalhos para poder comprar o presente perfeito pra sua tia Lucy: um simples livro desses que as figuras saltam da página. Mas nada pode ser tão simples na vida desse urso que só quer saber de comer sanduíche de marmelada e o livro é roubado, obrigando o rapazinho a correr atrás e descobrir quem é o ladrão. É mais um filme para ser visto com a família toda e que você provavelmente vai gostar mais do que seus filhos. Não esqueça do lenço.
– As Férias do Pequeno Nicolau (Les vacances du petit Nicolas), de 2014, dirigido por Laurent Tirard
Baseado no personagem criado pelos Jacques Semper e René Goscinny, o pequeno Nicolau é um moleque francês que tem ali seus nove, dez anos e que tem uma infância bem maneira. Mal-comparando seria uma versão francesa e menos despirocada do Menino Maluquinho. Enfim, o personagem foi apresentado ao cinema no excelente “O Pequeno Nicolau” de 2011 (indicado no Garimpo #13 e que também é legal de se assistir com a criançada), quando ele precisava se digladiar com a aparente possibilidade de que seus pais se separariam. Nesta continuação livre, Nicolau vai com seus pais e sua vovó de férias para uma cidade litorânea. Lá ele faz novos amigos e, logo quando achava que tava tudo sob controle, aparece Isabel em sua vida. Uma série de desentendimentos depois e Nicolau começa a achar que seus pais querem que ele se case com essa menina. Pronto, confusão armada, muitas risadas, lição de moral, a porra toda.
Filme perfeito para ser assistido com toda a família retratando de maneira extremamente lúdica e nostálgica a infância.
– Next Gen, de 2018, dirigido por Kevin R. Adams, Joe Ksander e Ricardo Curtis
É bem provável que você e seus filhos já tenham visto “Operação Big Hero”, certo? Bom, Next Gen é basicamente aquele filme, mas um pouquinho pior, apesar de ter seus próprios e muitos méritos. Também temos aqui um longa animado de ficção científica contando a história de um personagem um pouco revoltado pela perda de um ente querido e fazendo amizade com um robô de fofura e poder extremos.
Trata-se de um filme repleto de ação, de lições sobre perda e até com um sub-texto legal anti-consumismo que pode ser bem interessante para os adultos nesse momento da história da humanidade em que estamos sendo obrigados a repensar tanta coisa. Next Gen é uma animação original da Netflix bem boa e que vale tanto o seu tempo quanto dos seus remelentos e amadíssimos filhotes.
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