Garimpo Amazon Prime Video #5
O Garimpo é um quadro do MetaFictions no qual indicamos toda semana 3 bons títulos disponíveis nas maiores plataformas de streaming. Clique aqui para conferir os anteriores.
Depois de inúmeros pedidos, apresentamos nosso 5o Garimpo dedicado à gigante Amazon e ao seu serviço de streaming Prime Video. Especialmente hoje, indicaremos 5 obras bem diversas do século XXI, e não as 3 costumeiras do quadro. Temos uma série antológica que gira em torno de uma temática, um anime tão violento quanto idílico e 3 longas com temas diferentes, mas igualmente perturbadores.
Além disso, seguem os links abaixo dos outros Garimpos da plataforma. Sem mais delongas, aproveite e deixe nos comentários quais outras obras do Prime Video você indicaria.
Garimpo Amazon Prime Video #4: Especial Corona
Garimpo Amazon Prime Video #3: Roteiros Geniais
Garimpo Amazon Prime Video #2: Animes!
Garimpo Amazon Prime Video #1: Terror!
– Amor Moderno (Modern Love), de 2019-, 1 temporada, dirigido por John Carney
https://www.youtube.com/watch?v=mxcBbk1uhFA
Modern Love é uma espécie de resposta da Amazon para o excelente “Easy” da Netflix. Enquanto que em “Easy” temos as idas e vindas de vários casais descobrindo e tentando entender o que é amar nos dias de hoje em Chicago, Modern Love é basicamente isso, mas em Nova Iorque e com um elenco muito mais estrelado, destacando-se aqui Anne Hathaway, Tina Fey, Dev Patel, dentre tantos outros.
Trata-se de um seriado de antologia, em que cada episódio de meia hora conta uma história independente de algum tipo de amor em uma sociedade na qual amar e se relacionar tem seus próprios e modernos desafios. O destaque absoluto fica para os 3 primeiros episódios, mas todos eles sem exceção fazem rir e chorar com um cuidado e um carinho na produção que são evidentes a cada minuto de exibição.
– O Pacto dos Lobos (Le Pacte des Loups), de 2001, dirigido por Christophe Gans
Em 2001 a ideia que todo mundo tinha do Cinema francês era exclusivamente aquela baseada nas grandes obras dos mitológicos Godard e Truffaut. Não se tratava de um cinemão para se ver comendo pipoca, mas sim de algo bem mais contemplativo e existencial, que questionava o existir, o se relacionar, o amar, enfim, a condição humana como um todo.
Mas aí resolveram chamar o lendário ator de filme merda Mark Dacascos e fazer uma película de ação-terror de época, contando ainda com os monstros Vincent Cassel e Samuel Le Bihan, na qual o Chevalier de Fronsac (Le Bihan) e seu companheiro indígena americano Mani (Dacascos) são enviados pelo Rei da França em uma missão para desvendar a resolver centenas de mortes que vem acontecendo em uma região bucólica da França. E, puta que o pariu, o título Pacto dos Lobos não é à toa. Pela primeira vez, os franceses faziam um filme pipoca de ação pura e mostravam muita competência nisso.
– Amnésia (Memento), de 2000, dirigido por Christopher Nolan
Imagine que você não consiga formar mais memória recente e a última coisa o que você lembra é a sua esposa morrendo. Amnésia pega essa premissa, adiciona um viúvo em busca de vingança em circunstâncias muito precárias e arma uma narrativa de forma que nos deixa tão cegos quanto nosso protagonista. Entregando com uma das melhores atuações da carreira, Guy Pearce dá vida a Leonard, levando para seu corpo lembretes e para seus olhos a dúvida. Sendo contado de maneira não-linear, somos sufocados em angústia enquanto vamos conhecendo os eventos que nos levam à primeira cena do filme.
– Midsommar: O Mal Não Espera a Noite (Midsommar), de 2019, dirigido por Ari Aster
Dirigido por Ari Aster – a quem passei a babar um ovo forte após “Hereditário” -, Midsommar é um daqueles filmes que te deixam desconfortáveis do início ao fim. Acompanhamos um grupo diverso de amigos visitando uma comunidade isolada na Suécia. Cada um deles é levado para lá por questões diferentes, como a nossa protagonista Dani (Florence Pugh), marcada pelo luto e em uma relação que balança drasticamente. Além dela, temos estudantes de antropologia e gente que só quer curtir um cogumelo. Começa aqui uma série de eventos que lentamente constroem uma cena pavorosa de horror.
Midsommar opera na contradição visual em relação ao que está acontecendo em tela. Cenas de grande brutalidade visual ocorrem em uma belíssima fotografia diurna colorida, momentos de confraternização guardam os momentos mais tensos e os personagens mais inocentes carregam as intenções mais vis. É com certeza uma das maiores esnobadas do Oscar 2020.
– Dororo, de 2019-, 1 temporada, dirigido por Kazuhiro Furuhashi
Como não se emocionar com a história do nosso sofrido e magnético Hyakkimaru e seu fiel amigo Dororo? Estamos na era Tokugawa, onde senhores da terra gozam de grande prestígio, mas lutam para preservar seu território de vizinhos expansionistas. Eis que um desses senhores feudais faz um pacto com demônios em troca de prosperidade, dando seu filho ainda na barriga da mãe como oferenda. Algo dá errado e começa uma saga de dor, mágoa, angústia e melancolia.
Acompanhamos Hyakkimaru, um “samurai” desprovido de muitas coisas que eu e você damos como certo na vida, enquanto ele percorre terras assombradas pela guerra, em uma série de encontros que comovem e trazem à tona muita raiva e indignação pela condição humana. Com cenas belíssimas de luta, violência real e desmedida e a fotografia mais encantadora de 2019 dentro das animações japonesas, Dororo é uma grata surpresa.
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