Garimpo Netflix #74

O Garimpo é um quadro do MetaFictions no qual indicamos toda semana 3 bons títulos disponíveis nas maiores plataformas de streaming. Clique aqui para conferir os anteriores.


Ação, comédia, drama, trhiller e um pouco de viagem no tempo. Tudo isso você vai encontrar hoje aqui. Em três obras – sendo dois filmes e uma série – duas delas feitas na “América” e uma na Argentina, temos o caso clássico da ação com gags em uma “aventura” biográfica; o suspense que nos aprisiona no corpo de um personagem meio aprisionado; e uma série que tem como pontapé inicial uma viagem no tempo, mas que não foca em nada disso, passando longe de ser sci-fi.

Em todas elas temos uma narrativa direta, que insere o espectador diretamente em seu universo, não abrindo uma brecha sequer para que se desista da jornada. Seja em suas médias ou longas durações, acredito que as indicações dessa semana te darão um bom e divertido escapismo em épocas de insanidade coletiva dos seres humanos.


– No Fim do Túnel (Al final del túnel), de 2016, dirigido por Rodrigo Grande

Começando pela Argentina, aqui acompanhamos a história de Joaquín (Leonardo Sbaraglia), um paraplégico cansado de viver. Ele e seu cachorro, que, quase como o dono, sequer consegue andar direito, povoam o ambiente de uma antiga e imponente casa, mas que agora está decadente. Sem motivações aparentes, Joaquín recebe a inesperada e atropelada “visita” de Berta (Clara Lago) e sua filha pequena, que por anos parou de falar. Ela, à revelia da decisão do proprietário, decide alugar a elas um quarto no casarão.

No entanto, apegando-se a ela, já que está emocional e psicologicamente frágil pelos seus traumas pessoais, Joaquín descobre que uma gangue, ocupando a casa ao lado, planeja roubar um banco por um túnel que passa abaixo de seu terreno. A aparição de Berta vai fazendo mais sentido a cada dia, enquanto Joaquín tenta frustrar os planos dos assaltantes.

Envolvendo drama e thriller, a direção firme faz com que fiquemos agarrados à narrativa que passa à nossa frente.

Feito na América (American Made), de 2017, dirigido por Doug Liman

Esse é o típico filme americano em termos de estrutura. Redondinho, roteiro certinho como reza a cartilha e a direção que não falha em sua execução e proposta. O que diferencia aqui, em relação às obras comuns do país, é que nosso protagonista nada mais é do que um bandido. Mas não um vilão. É um cara carismático, um piloto de avião, com família, propriedade privada, desfrutando de sua liberdade e na eterna busca pela felicidade. Tudo o que a Declaração de Independência dos EUA define.

Dizem que dinheiro não traz felicidade, mas manda buscar. E não é que essa felicidade por Barry Seal (Tom Cruise) vem exatamente do dinheiro? Só que não é qualquer dinheiro e não é qualquer quantia. É dinheiro que sai do ladrão (dos dois jeitos), proveniente de sua atuação como piloto do tráfico de drogas. O “garoto” se utiliza de seus conhecimentos para traficar e enriquecer absurdos. Montanhas de dinheiro literalmente. Só que, obviamente, ele precisa escapar de policiais e bandidos enquanto monta seu império pessoal.

Divertido, engraçado e com bastante ação (não no estilo Michael Bay), o título tem o seu charme.

Leia a crítica completa aqui.

– Somewhere Between, de 2017, criado por Stephen Tolkin

Em seus 10 episódios de 41 minutos, “Somewhere Between” inicia de maneira dramática, com um psicopata em série culminando na execução da filha pequena de uma jornalista. A depressão que a puxa para baixo faz com que resolva tirar a própria vida. É quando o inesperado acontece: do nada, ela e um outro homem (sendo executado no mesmo local) voltam para dias atrás, com uma oportunidade única de descobrir a identidade do meliante.

A partir daí, o caráter sobrenatural ou sci-fi do negócio é completamente abandonado, sobrando um pouco de drama, suspense e até mesmo crítica política nos episódios que seguem. Os protagonistas, Laura (Paula Patton) e Nico (Devon Sawa), se juntam nesta mesma viagem insólita para apoiar um ao outro e conseguir mudar o rumo obscuro que suas vidas tomaram naquele outro universo que, ao que parece, fora reiniciado.

Apesar da proposta pouco convincente, e de uma deslizada aqui ou outra ali, a série cumpre seu papel fazendo com que o espectador siga, durante as quase 10 horas de narrativa, ávido por descobrir uma rede de conspiração que liga todos os personagens da série.

Nenhum comentário

Tecnologia do Blogger.