Garimpo Netflix #75: Sci-Fi Vol. 7

O Garimpo é um quadro do MetaFictions no qual indicamos toda semana 3 bons títulos disponíveis nas maiores plataformas de streaming. Clique aqui para conferir os anteriores.


Hoje trazemos a sétima edição do Garimpo Sci-Fi com uma pegada um pouco diferente, com obras mais calcadas na psiquê e na condição humana do que em qualquer circunstância que permita que explosões sejam ouvidas no espaço ou coisa do gênero. A ficção científica aqui é dura, é inclemente e vem para analisar o humano enquanto o pedacinho de porra nenhuma que ele é dentro da grande conjuntura do universo.

Não se esqueçam de conferir nossos garimpos anteriores com o mesmo tema, mas também não se esqueçam que pode ser que algumas das obras indicadas já tenham saído do catálogo da Netflix, sendo que eu não tive saco de conferir.

Garimpo Netflix: Sci-Fi
Garimpo Netflix: Sci-Fi 2
Garimpo Netflix: Sci-Fi 3
Garimpo Netflix: Sci-Fi 4
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Garimpo Netflix: Sci-Fi 6
Top 10 – Filmes de Ficção Científica


– Riqueza Tóxica (Prospect), de 2018, dirigido por Christopher Caldwell e Zeek Earl

Estrelado pelo chileno mais famoso do mundo, Pedro Pascal, Riqueza Tóxica conta a história de Cee, uma adolescente que viaja com seu pai para uma lua remota para garimparem um mineral esquisitíssimo que parece sair de dentro de uma espécie de bexiga orgânica nojentíssima. Coisas acontecem e Cee se vê obrigada a fazer dupla com Ezra (Pedro Pascal) para sobreviver em ambiente inóspito e hostil, ao mesmo tempo que as intenções de Ezra parecem cada vez mais suspeitas.

O que se tem aqui é um filme de roteiro estranho, fotografia esquisita, arte bizarra e atuações nada ortodoxas para contar uma história de sobrevivência coming of age de uma menina que subitamente se vê sem chão e é obrigada a se confrontar com sua própria natureza. É uma pequena e bela joia no catálogo da Netflix, justificando demais o nome que damos para este quadro do Metafictions.

Maniac, de 2018, minissérie em 10 episódios, criada por Cary Joji Fukunaga e Patrick Somerville

Dirigida por Fukunaga (que fez sua fama na inigualável primeira temporada de “True Detective”) e escrita por Somerville (da boa “The Leftovers”), Maniac é uma minissérie original da Netflix cuja qualidade e esmero técnico não foi acompanhada por sucesso comercial, embora tenha em seu elenco gente gigante de Hollywood como Jonah Hill e Emma Stone. Acredito que isso ocorra por causa das diversas e elaboradíssimas camadas de metáforas da história em Owen (Jonah Hill) e Annie (Emma Stone), duas pessoas que sofrem de severos distúrbios psicológicos em uma espécie de presente alternativo em que as coisas são pagas com anúncios e chantagear alguém é um serviço legal e simples como o de uma tinturaria.

Com um ar de comédia em sua tentativa de discutir diversos transtornos mentais, em especial o do hilariante Dr. Mantleray (Justin Theroux), e uma direção de arte primorosa que imagina uma espécie de futuro do passado (estamos diante do que 2018 seria aos olhos de alguém em 1980), Fukunaga e Somerville botam Owen e Anna num grupo de estudo clínico de um novo tratamento farmacêutico cujo objetivo é simplesmente consertar as pessoas, tudo administrada por uma inteligência artificial demasiada humana baseada na mãe do Dr. Mantleray.

São diversos elementos colocados na tela em uma série que demanda a atenção do espectador, o que talvez explique o porquê de não ter tido o mesmo sucesso comercial de outras. Mas o que importa é que temos aqui uma obra de ficção científica de verdade, que consegue divertir e convidar à reflexão o tempo todo. A.I.C.O. Incarnation, de 2018, minissérie em 12 episódios, dirigido por Kazuya Murata

Animes e ficção científica andam lado a lado desde sempre. Um dos maiores clássicos da história da animação e do próprio Cinema, “Akira”, é prova cabal disso. A.I.C.O. segue essa tradição na história de Aiko Tachibana, uma menina que perdeu seu corpo e busca sua família em um futuro no qual uma erupção de matéria orgânica que tudo consome ameaça a vida na Terra. Ter perdido o corpo é chave para entender a história aqui, mas isso torna Aiko uma pessoa especialíssima, potencialmente capaz de salvar o planeta dessa catástrofe. Então, com a ajuda dos Infiltradores, Aiko parte para chegar ao epicentro dessa erupção para tentar, mais do que salvar as pessoas, entender mais sobre si mesma, tudo isso enquanto tramas e intrigas políticas paralelas podem pôr tudo a perder.

Temos, portanto, um anime bem clássico, com uma pessoa escolhida que poderá salvar o mundo e várias forças conspirando contra ela. Tudo executado espetacularmente, desde roteiro até direção de arte e música, em um anime de ficção científica e ação que entrega 12 episódios de 25 minutos redondinhos.

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