Crítica: A Barraca do Beijo 2 (The Kissing Booth 2)
Então meu freguês, então minha freguesa, saiu o dois, eu falei SAIU O DOIS! Olha a pamonhapamonhapamonha, tá quentinha, tá gostosa!
Como tudo que faz sucesso e dá dinheiro nessa vida, teve sua continuação “A Barraca do Beijo“, filme de grande sucesso entre adolescentes, lançado pela Netflix em 2018. Até aqui nenhuma surpresa. E nenhuma surpresa a partir daí também. Convenhamos, não é desse tipo de filme que busca revolucionar a sétima arte. Nele vemos Elle, a nerdzinha-que-ficou-gostosa-magicamente-no-verão-passado em seu último ano no colégio, depois de ver seu namorado Noah partir para Harvard – porque além de dublê de corpo de algum super-herói do MCU e ter o queixo do Johnny Bravo (será que o público do filme pega essa referência? Deixem seus comentários abaixo!) ele também é tão inteligente que passa pra Harvard! Elle precisa decidir se acompanha o gatão de 40 anos (sério, não tem, nem fudendo, como mandar um caozão de que esse cara estava no segundo grau ano passado!) ou se segue a regra número 19 do manual do amigo e vai para Berkley com Lee, seu BFF, irmão de Noah e também recém-anabolizado-de-verão e novo gostosão da High School que só tem gente bonita de 30 e poucos anos.
Sim, este é o enredo desse segundo e inevitável episódio da saga. Nossa heroína se vê dividida entre o sonho de infância de ir pra mesma faculdade frequentada por sua falecida mãe e a mãe de Lee, onde ela e seu melhor amigo viveriam THE. BEST. TIME. EVER! ou ir para Harvard com o namorado e assim garantir tórridas trepadas, dia após dia, e ainda sair com um diploma de Ivy League. Uhmmm… Escolha difícil! Até que Elle descobre que Noah arranjou uma “muy amiga” que é modelo internacional, mais velha (e olha que por aqui, se errassem a mão, ela parava na casa dos 50!), experiente, segura, viajada, inteligente e muito cheia de intimidades demais com seu gato. Enciumada e insegura, Elle também é tentada pelo novo aluno da escola. Marco, o perfeito mi chico latino tão saradão e sem camisa quanto Noah (e agora também Lee e quase todo o elenco do filme). Marco é gente boa, canta e toca violão e, dança, sapateia, filosofa, tem glitter no suor, tem como ponto fraco garotas nerds, e é desses caras que leva a vida numa nice, sem planos ou preocupações, que nem maconheiro de Niterói.
A produção nos inunda com montages de cenas de gente bonita praticando esportes na lama numa gincana de escola (wtf!?), outra previsível montage de Marco malhando sem camisa (meninas, se vocês não forem convencidas a assistir ao filme por nenhuma qualidade narrativa, venham só pelas várias cenas gratuitas de rapazes fortes malhando peito sem camisa… convenhamos, eles fizeram todo esse sacrifício só pra vocês!), outras várias de Dance Dance Revolution com direito a um mega campeonato do jogo, montages de flashbacks, montages de Elle e Noah dando umazinha, e mais algumas outras aleatórias, porque montages nunca são demais. Tem cenas pastelão no estilo “Didi fez totô” (outra referência que os colegiais não vão pescar. Há! Suck it!), e, é claro, uma barraca do beijo para caridade porque… se é “A Barraca do Beijo 2” tem que ter uma barraca do beijo, não tem? Mas peraí… no Barraca do Beijo 3 (que vai rolar com certeza!) Elle vai estar na faculdade. Vai ter Barraca do Beijo na faculdade? Ou ela vai voltar pra visitar o colégio e montar outra barraca do beijo? Difícil superar o insuperável!
Brincadeiras à parte, e apesar de todas as batatadas estereotipadas, o filme é divertido! Até minha esposa que costuma desgostar desse tipo de filme se pegou dando risada honesta. Não é pra racionalizar. É o que é, e é bom. Atinge de novo com precisão cirúrgica no coração do público adolescente com duas horas e blau (sim, é longo!) de diversão gratuita num mundo perfeito onde o único problema real é que a menina nerd tem que escolher entre o Thor e o Juanito-sem-camisa, entre o namorado e o irmão do namorado. Onde na pior das hipóteses, se ela não conseguir escrever a carta de apresentação perfeita pra entrar em Harvard, ela sai com um diploma de Berkeley. Ah, que vida ingrata! É isso que o moço tá trazendo hoje na sua porta, meu freguês, minha freguesa! Escapismo fresquinho! Escapismo quentinho! Num tempo em que o mundo está insuportável, caralho, meu camarada, por que não?
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