Crítica: A Babá: Rainha da Morte (The Babysitter: Killer Queen)
Continuações são sempre material para discussão. Umas surgem tão somente para fazer dinheiro, enquanto outras, pouquíssimas, conseguem superar seu predecessor. A sequência da vez é A Babá: Rainha da Morte, trazendo-nos os mesmos personagens em uma história com os mesmos elementos narrativos de “A Babá“. Esse debate, inclusive, é realizado brevemente pelos protagonistas, que citam a franquia do “Exterminador do Futuro” como um desses exemplos de superação da história original. Mas será que “A Babá 2” consegue este feito?
Se você não viu o primeiro, não ficará perdido nesse. Ele trata de fazer um resuminho bom para não deixar ninguém a ver navios enquanto mergulha no novo conto. Cole (Judah Lewis), o nerd virjão que sofre bullying, passa a ser um alvo ainda maior na escola depois de ter sobrevivido a um ritual satânico macabro realizado por sua babá, uma super loira que causava frisson no menino inexperiente. Isso porque nem seus pais acreditaram na história sem testemunhas do guri. Assim, considerando um possível momento de loucura, obrigam-no a fazer análise e tomar remédios fortes. Mas Cole tenta mostrar que estava certo o tempo todo. Ainda que sem sucesso, ele faz tudo o que pedem a ele, menos o que seu conselheiro solicita com certa determinação: “você tem que transar!”. Cole simplesmente não leva o sábio homem à sério.

Quando sua melhor amiga Melanie (Emily Alyn Lind) tenta se aproximar mais calorosamente dele, Cole se vê numa posição diferente: ele pode ser o verdadeiro ator de sua própria vida. Ela o convence a fugir da escola para curtir à beira de um lago. No entanto, aquilo que sugeriria ser a noite de sua vida vira uma reprise de acontecimentos passados: um novo ritual satânico macabro se desenha diante de Cole, alvo principal dos sacrificadores, desejosos por sua vida pura e inocente. O filme, portanto, resgata os antigos personagens, como que ressurgidos do inferno, e mergulha em uma mesma narrativa de cores, edição rápida e letreiros coloridos, utilizando-se de uma estética pop, que funciona muito bem para um terror comédia atual. Os mesmos elementos splatter e “terrir” se repetem, em mais um episódio desta série de desventuras de Cole e sua vontade de pegar uma mulher em meio a isso tudo.
Cada personagem colocado tem sua motivação dentro do universo cômico e macabro proposto pelo diretor com nome de sanduíche McG. Ainda que o gênero comédia sobressaia a qualquer outro, quando colocado lado a lado, os momentos de tensão nos fazem ficar ligados no desenvolvimento da história a todo momento. E cada protagonista e coadjuvantes têm a sua dose certa de empatia: eu destaco, especialmente, Allison (atuada pela sempre hipnotizante Bella Thorne – porque é a Bella Thorne, né? Não precisava de outro motivo). Todos esses elementos conseguem se reunir e promover o principal objetivo da obra: divertir. Não precisava de outro, certo?

Resgatando a discussão da introdução da presente resenha: seria esse um dos poucos casos em que o sucessor se torna maior que o predecessor? Eu diria que, aqui, ao menos atinge-se o mesmo patamar. A história é basicamente a mesma, com os mesmos personagens e quase que as mesmas questões. No entanto, em um momento diferente de seu protagonista (um tanto mais velho do que no anterior) e um rolo novo para seus objetivos. Talvez um pouco mais de Bella Thorne favorecesse (mas aí é um caso específico meu). De todo modo, é quase um segundo episódio das aventuras malucas de Cole. E cumpre perfeitamente ao que se pretende: zoação, risada e diversão.
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