Crítica: Missão Presente de Natal (Operation Christmas Drop)
Já é Natal na Leader Magazine. E aparentemente nos streamings também. Se você parar para listar títulos de Natal tanto na Amazon quanto na Netflix, talvez se perca nas ofertas. Renderia até um bom número de garimpos dessa temática, não fossem a repetição tão óbvia e cliché que essas obras carregam. Mas mesmo assim não deixam de ser um bom divertimento e, principalmente, uma overdose de mimos e esperança para os nossos corações nesse momento. Pela segunda semana seguida, a Netflix lança mais um filme desses: Missão Presente de Natal.
Erica (pela Bon-Bon de “The Vampire Diaries”, Kat Graham – estava com saudades dela) é uma jovem assessora de uma deputada americana, que é enviada para uma base militar em uma das ilhas havaianas com uma tarefa muito clara: conseguir motivos para o fechamento dessa área. Isso porque a deputada precisa desativar algumas bases que “não trazem benefício aos americanos” (em suas palavras), sabedora de que aqueles oficiais pagos pelo Estado realizam todo ano, no Natal, ações humanitárias ao enviar mantimentos, vestimentas e esperança ao povo nativo. Chegando ao local de trabalho, Erica se depara com o seu guia, o capitão Andrew (por Alexander Ludwig) com cara de fuinha. Este um cara altamente altruísta e o responsável engajado nessa causa natalina.
Então começa a jornada de Erica. Buscando motivos para a desativação da base, ela começa a se engajar também nessa causa ao mesmo tempo em que cria sentimento pelo seu guia, o capitão fuinha. Ela descobre que todos os recursos são recebidos por meio de doações e não com gastos do dinheiro público, bem como que o tempo que os oficiais gastam na atividade é nas suas horas de folga. O uso dos aviões e do combustível é justificado pelo treinamento que já teriam que fazer, mas aproveitam para executá-lo enquanto fazem uma boa obra. O Espírito do Natal é lindo. Mas mesmo assim ela encontra barreiras vindas da sua superiora, que parece esquecer para o que foi eleita. Ao invés de pensar em como seu país pode gerar o bem aos demais, como pensam os militares engajados e a própria Erica, ela só quer ver o lado dos Estado Unidos; e essa história ser lançada no dia da vitória de Biden é algo expressivo.
Outro ponto significativo na história é o romance entre os protagonistas (e isso não chega nem perto de ser spoiler, já que na primeira cena sabemos o que vai acontecer, como em quase toda comédia romântica). Isso porque eles formam um casal inter-racial, infelizmente pouco visto nas comédias românticas hollywoodianas. Mas aqui não só temos esse dos protagonistas, mas ainda um outro exemplo nesse mesmo sentido por parte de um casal de coadjuvantes. Parece mesmo que o lado sombrio do pensamento do atual-em-breve-ex-presidente dos EUA já estava para ser superado. Vitória do Biden e de Kamala, mais um casal inter-racial.
Apesar de em sua estrutura o filme repetir todos os padrões das comédias românticas, parecendo que não vai trazer nada novo, temos nesses elementos tanto de fazer o bem unindo os povos, quanto o do amor que não vê barreira entre raças, algo que faz a obra ser destacada. Além disso, descobrir que essas ações humanitárias são realizadas há mais de 50 anos nos faz acreditar no real espírito de Natal. Reacende em nós a esperança de um mundo com pontes ao invés de muros.
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