Garimpo Amazon Prime Video #12: Suspense

O Garimpo é um quadro do MetaFictions no qual indicamos toda semana 3 bons títulos disponíveis nas maiores plataformas de streaming. Clique aqui para conferir os anteriores.


A Amzon Prime comprou os direitos de 8 títulos produzidos pela conhecida BH (BlumHouse Productions), tradicional em obras de terror e suspense. Entre filmes excelentes e outros abaixo do esperado em seu currículo, a produtora é sempre bem-vinda quando de seus lançamentos. Desses 8, porém, apenas 4 já foram para o acervo da plataforma aqui no Brasil. E o presente garimpo trará a vocês os três melhores.

À exceção de um, os outros dois são o debut de seus diretores em longa-metragem. Todos bons títulos, enveredando por caminhos bem diferentes, mas contendo neles uma tensão de thriller bem intensa, que prendem o espectador e realizam tudo aquilo que se espera de uma obra assim.


– Caixa Preta (Black Box), de 2020, dirigido por Emmanuel Osei-Kuffour

Começando pelo melhor deles, Black Box tem um flerte muito próximo ao universo visto em “BlackMirror”, trazendo-nos não uma ficção científica, mas um elemento que flerta levemente com isso para tratar, na realidade, do que há de mais firme na essência humana.

Nolan (em belo trabalho de Mamoudou Athie) sobrevivera a um acidente no qual perdeu sua mulher. Tendo que sozinho cuidar de sua filha pequena e retornar ao seu cotidiano normal, o homem encontra em sua própria mente o principal desafio: é que ele não se lembra de absolutamente nada e os poucos flashes que surgem como vagas lembranças sugerem coisas muito distantes do que ele se acostuma a ver dia após dia nessa sua nova vida. Ele, portanto, terá que lutar consigo mesmo, internamente, para voltar a ser quem sempre fora… mesmo sem saber como ele era.

Um filme poderoso que fala sobre identidade e autocontrole, conseguindo passear de maneira decidida entre o drama e o suspense.

– Mentira Incondicional (The Lie), de 2018, dirigido por Veena Sud

Kayla (pela bela Joey King de “A Barraca do Beijo”) é uma adolescente mimada pelo pai, mas que vive com a rigorosa mãe e o padrasto. Ciumenta de seu progenitor, um de seus desejos era que sua família retornasse ao que era. Mas a estremecida relação de seus pais fica cada vez mais frágil quando Kayla assume ter jogado sua melhor amiga da ponte, em um momento de ataque nervoso. Ainda que justificando a atitude pelo ciúme que guardara do pai, ao ver a amiga flertando com ele, os pais notam a filha cada vez mais tranquila e relaxada diante de uma situação como esta.

Intrigados com a obra que resultou da criação deles, os pais de Kayla chegam ao limite de suas forças mentais e físicas na tentativa de proteger ou entregar a menina com uma vida inteira pela frente. Os sentimentos confusos vão dando vazão ao que há de mais sincero nos progenitores. E a história adentra por um rumo cada vez mais obscuro, em meio ao choro honesto ou não de Kayla.

– Nocturne, de 2020, dirigido por Zu Quirke

Se os dois títulos anteriores são suspense, Nocturne enverada um pouco mais pelo terror; mas um terror mais psicológico. Juliet e Vivian (por Sydney Sweeney e Madison Iseman) são gêmeas talentosas estudantes de música. Todos, porém, incluindo Juliet, sabem que Vivian é melhor; não sendo capaz de lidar com isso, a gêmea “ruim” busca incessantemente poder superar a outra. Até que se depara com um possível ritual ao diabo, no qual ele concederá seu desejo em troca de um sacrifício.

Juliet vai sendo engolida por sua inveja, seu ciúme e sua cobiça, enquanto contempla seu talento se desenvolver de uma forma inacreditável. Mais do que a música em si, Juliet quer outras partes da vida de Vivian: seu namorado, seu orientador, sua queda. E assim, a partir da alegoria diabólica proposta não como ato principal, mas como pano de fundo, ela vai sentindo as consequências de lidar diretamente com o diabo.

Um terror psicológico que apresenta com firmeza o diabo que há dentro de cada ser humano.

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