Garimpo Netflix #90

O Garimpo é um quadro do MetaFictions no qual indicamos toda semana 3 bons títulos disponíveis nas maiores plataformas de streaming. Clique aqui para conferir os anteriores.


Cá estamos em nosso 1o Garimpo Netflix do ano, ainda nos arrastando nessa pandemia rumo à vacinação. Contudo, mesmo a população brasileira tendo chutado o balde quanto ao isolamento, vivendo a vida normalmente, começamos a ver o reflexo dessa tragédia nas produções cinematográficas. Em pleno janeiro não há lançamentos nos cinemas de peso – tanto de público quanto os possíveis longas oscarizáveis – e nossas plataformas de streaming estão raspando o fundo da panela de forma lenta, nos entregando poucos longas.

Dito isso, nosso Garimpo tem sido praticamente uma publicação de utilidade pública e começamos esse ano na Netflix com 3 obras que não têm nada em comum além de cumprirem de forma plena o que prometem. Não esqueça de conferir outros Garimpos por plataforma: Disney Plus, Telecine Play, HBO Go, Crunchyroll, Prime Video e Netflix.


– Mandy: Sede de Vingança (Mandy), de 2018, dirigido por Panos Cosmatos

Caso você não esteja familiarizado com o nome Panos Cosmatos de forma a acolher de braços abertos tudo o que ele produz ou não esteja aberto à experiências sensoriais não ortodoxas, sugiro que você pule para o próximo longa. Estamos diante uma saga de vingança regada com muita violência na sua forma mais simples e pura. Red Miller (Nicolas Cage) tem sua esposa sequestrada por uma gangue a mando de um profeta e sai ao seu resgate. E é isso. Para preservar algumas surpresas vamos deixar alguns pormenores na escuridão, que dão todo um sabor especial a um longa que joga profundamente com uma estética autoral, com uma fotografia com luzes intensas, uma paleta neon e muito granulada, que, somada à trilha sonora oitentista, proporciona uma experiência sensorial sem igual. E, meu amigo, Nicolas Cage está melhor do que nunca. Não deixe de conferir.

– Entre Abelhas, de 2015, dirigido por Ian Sbf

Você tá cansado daquele filme nacional de comédia pastelão com Leandro Hassum? Cansado de paródia profana da Porta dos Fundos? Não aguenta mais ver filme nacional exacerbando a dura realidade das comunidades de nossas cidades? Então Entre Abelhas é para você, caro metafictioner. Acompanhamos Bruno (Fábio Porchat), um típico carioca que trabalha como editor de filmes e documentários que está passando por um penoso processo de divórcio. Eis que numa bela noite as pessoas começam a desaparecer de sua percepção visual e auditiva, iniciando diversos momentos engraçados, mas que, na verdade, lentamente, começam a se tornar angustiantes. Um dos mais originais e interessantes longas nacionais dos últimos anos, Entre Abelhas é um belo filme de drama que te leva a diversas reflexões muito contemporâneas nesse mundo polarizado.

– As Mortes de Dick Johnson (Dick Johnson Is Dead), de 2020 , dirigido por Kirsten Johnson

Dick Johnson é um psicólogo de certo renome que é diagnosticado nos altos dos seus 86 anos com uma doença degenerativa severa que o levará a morte. Profundamente abalada, sua filha inicia a gravação de um filme sobre as diversas formas que seu pai poderia morrer, com muita licença poética e a participação do próprio. Com reflexões sobre o significado da morte naqueles que convivem com Johnson, esse documentário é um verdadeiro soco no estômago e um tapa na sua cara. Mais uma vez a Netflix mostra que quando se trata de documentários, ela não joga para perder.

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