Crítica: Círculo de Fogo: The Black (Pacific Rim: The Black) - 1a Temporada

Desde o lançamento de “Círculo de Fogo” em 2013, sempre que algum indivíduo das massas vem me falar “como ninguém pensou em botar robôs e monstros gigantes lutando antes?” a minha vontade é dar um tapa na cara do camarada e fazê-lo assistir os 10 melhores animes de mechas de todos os tempos. Esse subgênero nos animes, que já têm seus mais de 50 anos, continua a produzir excelentes obras e não dá sinais de estar enfraquecendo. E eis que Círculo de Fogo apresenta seu universo em um spin-off nessa mídia repleta de gigantes (Rá!), mas será que a franquia conseguiu alcançar a qualidade dos seus semelhantes nipônicos?

Não. Não deu nem para início de conversa. A começar por uma animação medonha 3D com momentos decentes e outros pavorosos. A indústria do anime luta há mais de 10 anos para desenvolver um bom 3D, tendo ali em “Dorohedoro”, “Demon Slayer” e “Beastars” obras que conseguem bons resultados (ainda longe das melhore obras animadas a mão). Aqui nós ainda temos aquela animação do início da incorporação dessa técnica, com personagens sem expressão e que se mexem de forma artificial. Como bem apontou nosso editor chefe, parece animação de RPG japonês do DS.

Contudo, no que tange ao artificial, os jaegers são bem animados e realmente passam a sensação de peso e força, assim como a maior parte dos kaijus. Aliás, eu recomendo fortemente que você assista apenas as lutas e pule 100% dos diálogos. Garanto que isso vai engrandecer a sua experiência. A brutalidade apresentada também é audaciosa, com diversas cenas pesadas sem aviso, com mortes duras, cruas e executadas por personagens insensíveis, o que dialoga com a proposta Mad Max com grupos de humanos negociando em cima de ovos e partes de jaegers num deserto.

Em termos de história, não há muito a ser dito. Acompanhamos 2 irmãos esperando o retorno dos pais – pilotos de jaegers – depois das cidades do litoral terem ido pro caralho. Após esperar por anos, eles acabam descobrindo um jaeger de treino (sem armamento) e resolvem sair andando com ele por aí dando início a obra numa série de cagadas que terminam em mortes. Existe aqui, também, a honrosa tentativa de trabalhar com elementos novos para a franquia, com biomechas e pessoas com poderes especiais, mas que não se pagam (pelo menos nessa temporada).

Contudo, não foi dessa vez que vimos uma narrativa instigante com lutas estrondosas pela sobrevivência da humanidade. Nos seus 7 episódios até temos escolhas ousadas e competentes, que entregam um bom resultado um raros momentos, mas, no todo, o que recebemos foi uma história que deixa a desejar costurada por lutas bem razoáveis.

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