Garimpo Amazon Prime Video #17
O Garimpo é um quadro do MetaFictions no qual indicamos toda semana 3 bons títulos disponíveis nas maiores plataformas de streaming. Clique aqui para conferir os anteriores.
Hoje é dia de filmaço. Reservamos para vocês três grandes títulos, de estilos bem diferentes, mas todos contando com duas características muito presentes: introspecção e violência. Na tríplice dessa semana, temos uma produção americana que se apresenta como a melhor já feita na carreira do grande ator Ryan Gosling; uma argentina, que se apresenta como a melhor já feita na carreira do inacreditável ator Ricardo Darín; e uma poderosa obra ocidental do admirável diretor iraniano Asghar Farhadi.
Em todas as três, a introspecção de seus personagens fala muito mais alto do que verborragias à parte. E o universo de violência no qual cada um está arbitrariamente mergulhado é o que de mais marcante as obras têm. Vingança, traição e ganância estão presentes no caminho de sobrevivência física e, sobretudo, emocional que os protagonistas necessitarão atravessar.
Três títulos imprescindíveis na lista de qualquer um.
– Drive, de 2011, dirigido por Nicolas Winding Refn
Não só a melhor atuação de Ryan Gosling (muito provavelmente), mas, como dito, o melhor título de sua carreira (na minha opinião, é claro), Drive nos conta a história de um dublê e mecânico que também trabalha como piloto de fuga, já que sua habilidade no volante é deveras marcante. Acostumado ao perigo, por lidar diretamente com o limite da vida, o destino do protagonista esbarra no de sua vizinha, que parece indiretamente envolvida com figuras do crime. Na tentativa de ajudá-la, ele se colocará, uma vez mais, em posição de risco.
A narrativa é feita a partir do silêncio, das expressões de suas irretocáveis atuações, da espetacular fotografia e composição de cenas, ou seja, da força da imagem em movimento. Aqui temos uma verdadeira obra cinematográfica no sentido mais puro da assertiva. Absolutamente tudo é feito com muito esmero e delicadeza, entregando aquilo que se pode considerar – sem correr riscos – uma obra-prima.
Confira a crítica na íntegra clicando aqui.
– O Segredo dos Seus Olhos (El secreto de sus ojos), de 2009, dirigido por Juan José Campanella
O melhor entre os listados da semana, O Segredo dos Seus Olhos é definitivamente uma obra-prima da cinematografia argentina. Um agente judicial aposentado (Ricardo Darín) ainda é perseguido por um caso de homicídio não resolvido em sua época de trabalho. Com mais tempo de ócio, sua memória se debruça sobre aquele quebra-cabeças jamais montado, quando resolve revisitar o caso efetivamente, ao lado de sua então superior (por quem nutrira um amor nunca correspondido).
Segredos vão sendo revelados em uma trama que devora seu espectador, seja pela narrativa irretocável e poderosa, seja pelas atuações memoráveis (em especial a de Darín), seja por cada detalhe preciso e precioso que transformou este título no vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
Repito o dito acima: uma verdadeira obra-prima!
– Todos Já Sabem (Todos lo saben), de 2018, dirigido por Asghar Farhadi
Asghar Farhadi é um poderoso diretor iraniano, que conta em sua filmografia com títulos expressivos, como “A Separação”, “O Passado” e “O Apartamento”. Claramente suas narrativas se debruçam sobre questões familiares, evocando sua fragilidades e obscuridades. Em Todos Já Sabem, contando com atores ocidentais, ele repete a temática ao nos colocar na pele de Laura (Penélope Cruz), que volta de Buenos Aires a Madrid para o casamento de sua irmã. Aquilo que deveria ser o reencontro com os parentes faz com que as festividades se tornem um foco de revelações e intrigas jamais esperadas.
Não só revisitar antigos sentimentos – por muito escondidos ou forçados a um esquecimento – será um problema para a protagonista. Tudo parece, de fato, ruir quando a filha adolescente é sequestrada e todos passam a se sentir ameaçados, gerando desconfiança entre citadinos, velhos amigos e entre os próprios familiares. Sentimentos aflorados, sensações aguçadas e uma família que, por diferentes motivos, balança sobre o fio da navalha transformam este conto em um drama misterioso cheio de som e fúria.
Confira a crítica na íntegra clicando aqui.
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