Crítica: Apaixonados na Cidade (Doshinamnyeoui Sarangbeob)

Mais uma semana e outro dorama na tela da Netflix e na capa do MetaFictions. E a tendência será essa para o outro domingo também, quando se completa o bom dorama semanal “Vincenzo”. A estréia de hoje é Apaixonados na Cidade e o nome já nos revela o gênero por trás da produção de 17 episódios, com cerca de 30 minutos cada qual. Assim como fora em “A Love So Beautiful”, o lançamento sul-coreano do streaming mantém foco total no romance ao longo de seus capítulos.

Mesclando uma linguagem de documentário com ficção, Apaixonados na Cidade mostra uma equipe filmando relatos amorosos de alguns personagens: um casal super fofo e muito cúmplice um do outro; um solteirão convicto em busca de paz e longe de relacionamentos; sua ex ultraviolenta e ciumenta; e os principais, um arquiteto que nunca mais encontrara sua alma gêmea após um breve romance de viagem com ela, uma moça de espírito livre e intempestiva. A fala de cada um acerca dos grandes tabus em torno do relacionamento amoroso vai sendo apresentada à equipe de documentaristas, enquanto, através de flashbacks ou cenas atuais, vamos conhecendo os dramas, dissabores e sabores das aventuras amorosas de cada personagem.

Idas e vindas.

Assim como “A Love So Beautiful”, este dorama segue a tendência leve e pura como tem que ser. Apesar de adentrar um pouco mais na carga dramática, visto que casais perfeitos não se mantêm desse jeito 100% do tempo ou que casais conflitantes também encontram seus momentos de paz, Apaixonados na Cidade consegue montar um mosaico curioso e real dos principais elementos que compõem todo e qualquer relacionamento. O amor – e a relação amorosa – é algo universal e isso já promove uma empatia imediata para com o espectador. Não precisa de uma “suspensão de descrença” ou um mergulho mais necessário a uma outra cultura para se entender esta narrativa. O assunto por si só é, talvez, o mais familiar a cada um de nós e os conflitos que emergem das relações vão fazendo aflorar antigas memórias no espectador refém desse conto extremamente agradável.

Para além da história, o elenco (com os lindos Ji Chang-Wook e Kim Ji-Won; e os adoráveis Kim Min-Suk e Joo-yeon So, esta estrela de “A Love So Beautiful”) é responsável por boa parte da atmosfera extremamente acolhedora e sedutora com suas atuações bem marcadas e dosadas entre o romance, a excitação, o drama e a comédia. Estamos a falar aqui de atores “cascudos”, que têm em suas filmografias títulos de peso no universo dorameiro. O resultado não podia ser diferente. Unindo-se a isso, o caráter episódico de poucos minutos cria o ritmo essencial para manter naquele que vê a vontade de descobrir um pouco mais de cada um desses 6 personagens que estão a se desnudar frente aos nossos olhos.

Das almas gêmeas.

Mais um da série para se sentir leve. Mais um dorama de romance para nos fazer respirar mais fundo, como se sentíssemos o ar geladinho das vias coreanas, saboreando um pouco desse amor que é levado pelo vento, indo e voltando, como todo e qualquer relacionamento. Uns se dissipando, outros se mantendo firmes ao longo de seus inúmeros episódios.

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